Aquelas mãos sempre firmes e cuidadosas, me ajudando a atravessar a avenida à caminho da Escola.
Lá eu sempre encontrava outras crianças, que como eu adoravam as aulas dadas nos jardins do Convento do Carmo.
Eu tinha ainda uma curiosidade enorme pelos aposentos das freiras e não conto as vezes que fui apanhada tentando subir as escadas “secretas”.
Lembro ainda, das noites em que sentíamos calor e meu avô me levava pra contar estrelas, deitados, juntinhos, na sua velha cama de campanha, à céu aberto, nos pátios da Igreja de São Pedro.
A sua presença, mais que a de meu pai, foi um lindo poema de afeição e cumplicidade.
Ali estava meu melhor amigo, por anos a fio me ensinando coisas enquanto fabricávamos velas e guardávamos aqueles biscoitinhos que só o padre podia tocar
A sua morte foi para mim muito mais que uma partida, foi a eterna saudade de grandes provas de amor.

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